Uma conversa em uma rede social com minha queridíssima leitora e amiga, Débora Stabile, me rendeu esta produção; como de costume, espero que gostem...
Sorrisos, bons dias, risadas, gentilezas...
Casa, trabalho, família, amigos... Rotina. Vivemos a cada dia situações
diversas, no entanto, lá no núcleo do frasco de perfume que somos, guardamos
nossa fórmula... Não expomos essa nossa essência sem uma excelente
justificativa prévia e isso não caracteriza nenhuma dissimulação, é que, antes
de chegarmos ao centro das emoções (onde se ativa ou desarma nossa bomba
relógio chamada: sentimentos) temos algumas camadas envoltas, estas que além de
nos compor auxiliam para a efetiva proteção do mais puro ‘Eu’.
Rimos quando queremos chorar para
parecermos fortes, deixamos passar mesquinharias para não sermos grosseiros com
os mais próximos, e vamos deixando que o mundo entre em choque direto com nossa
armadura, mas temos um ponto fraco; todos nós temos um calcanhar de Aquiles, e
qual é o nome dele? TRAVESSEIRO, pois é meus caros, é ele que engole maior
parte de nossa ânsia por atenção ou carência como preferirem, também é ele que
sustenta o peso de nossas ideias, a dimensão de nossas frustrações, o brilho de
nossos planos e as expectativas de sonhos... É perto do travesseiro que
acabamos exalando essência, afinal, ele é como um confidente e nos verá
chorando, mas nunca comentará com ninguém que aquele ser forte em público é na
verdade frágil em sua própria companhia...
Há dias em que estamos bem e outros que nem
tanto, os mais difíceis são esses “nem tanto”, quando eles tocam a campainha
parece que tomamos uma rasteira, e no chão, desestruturados, batemos um papo
com a inimiga carência, essa sensação cruel de estarmos lá sem ninguém mesmo
que ao nosso lado haja uma presença vendo TV, as vezes roncando, ou
existindo... Presença (risos) que palavra controversa para a sensação de
solidão não é? Uma presença não nos basta às vezes, queremos compreensão,
carinho afago ou um olhar que penetre e em silêncio nos diga “Sei o que está
sentindo, mas estou aqui”.
No momento de maior fraqueza precisamos
lembrar-nos de um pequeno detalhe, este quase desespero vai se estabilizar só não se sabe
se vai ser antes ou depois do choque das lágrimas contra o surrado carpete
vermelho. Dias melhores virão? Certamente, mas enquanto isso não acontece curto
minha dor, meu sofrimento para que quando um bom momento surgir eu saiba
reconhecê-lo e dar-lhe o devido valor! Superação, palavra de ordem.
BC.