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sábado, 9 de março de 2013

O travesseiro




Uma conversa em uma rede social com minha queridíssima leitora e amiga, Débora Stabile, me rendeu esta produção; como de costume, espero que gostem... 


Sorrisos, bons dias, risadas, gentilezas... Casa, trabalho, família, amigos... Rotina. Vivemos a cada dia situações diversas, no entanto, lá no núcleo do frasco de perfume que somos, guardamos nossa fórmula... Não expomos essa nossa essência sem uma excelente justificativa prévia e isso não caracteriza nenhuma dissimulação, é que, antes de chegarmos ao centro das emoções (onde se ativa ou desarma nossa bomba relógio chamada: sentimentos) temos algumas camadas envoltas, estas que além de nos compor auxiliam para a efetiva proteção do mais puro ‘Eu’.

Rimos quando queremos chorar para parecermos fortes, deixamos passar mesquinharias para não sermos grosseiros com os mais próximos, e vamos deixando que o mundo entre em choque direto com nossa armadura, mas temos um ponto fraco; todos nós temos um calcanhar de Aquiles, e qual é o nome dele? TRAVESSEIRO, pois é meus caros, é ele que engole maior parte de nossa ânsia por atenção ou carência como preferirem, também é ele que sustenta o peso de nossas ideias, a dimensão de nossas frustrações, o brilho de nossos planos e as expectativas de sonhos... É perto do travesseiro que acabamos exalando essência, afinal, ele é como um confidente e nos verá chorando, mas nunca comentará com ninguém que aquele ser forte em público é na verdade frágil em sua própria companhia...

Há dias em que estamos bem e outros que nem tanto, os mais difíceis são esses “nem tanto”, quando eles tocam a campainha parece que tomamos uma rasteira, e no chão, desestruturados, batemos um papo com a inimiga carência, essa sensação cruel de estarmos lá sem ninguém mesmo que ao nosso lado haja uma presença vendo TV, as vezes roncando, ou existindo... Presença (risos) que palavra controversa para a sensação de solidão não é? Uma presença não nos basta às vezes, queremos compreensão, carinho afago ou um olhar que penetre e em silêncio nos diga “Sei o que está sentindo, mas estou aqui”.

No momento de maior fraqueza precisamos lembrar-nos de um pequeno detalhe, este quase desespero vai se estabilizar só não se sabe se vai ser antes ou depois do choque das lágrimas contra o surrado carpete vermelho. Dias melhores virão? Certamente, mas enquanto isso não acontece curto minha dor, meu sofrimento para que quando um bom momento surgir eu saiba reconhecê-lo e dar-lhe o devido valor! Superação, palavra de ordem.


BC.

2 comentários:

  1. Sempre quando alguém me diz que não está tão bem e que esta se sentindo sozin ha, eu respondo:
    Curta isso, aproveite,sinta o mais profundamente possível, chore, deixe seu coração dilacerar, porém tudo conscientemente.
    Lá na frente vc será capaz de entender e consolar outrem.
    Muito bom.

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