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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O Senhor Razão e a Danada Emoção




Razão e Emoção são moradores de nós. A vida desses dois é uma dicotomia e tentar compreendê-los deixa qualquer um de cabelos em pé!


O Razão é um morador velhinho, homem bom, mas cheio de medos e cuidados. Há quem diga que ele seja meio neurótico, o fato é que o Sr. Razão já passou por poucas e boas e, por esse motivo, nos aconselha a parar diante de um porrada de situações. Ah, quando está diante de uma situação a qual não viveu isso não o faz arriscar, ele sempre conhece um fulano que já passou por aquilo. Ele é cauteloso, busca analisar variáveis e sempre presta muita atenção onde pisa.  Sim, sempre. 

A Emoção, por sua vez, é uma moleca espoleta e sorridente que não pensa em não sentir. Ela brinca, pula, se suja, grita, xinga, chora, fica calada fazendo birra, ela faz tudo que lhe dá na telha sem se importar com o julgamento dos outros, afinal, o sentir é individual e cada um tem seu cada qual.

São de gerações diferentes esses dois. Um beijo mais
caliente para ele é  exposição e para ela demonstração de afeto. Ele gosta de lógica e ela é meio incongruente. Ele pergunta se vale a pena, enquanto ela arrisca e vê isso depois. Ele pensa em economia para o futuro, ela quer mais viver o presente e faz sobrar mês no fim do salário. Planejamento e improviso; Cuidado e risco. Ciência e fantasia...


São de gerações diferentes esses dois. Calmaria e agitação; carrossel e montanha-russa; pesca e surf; isto e aquilo; aqui e acolá. Assim são esses dois... De gerações tão diferentes que mal dá pra explicar.


Se não soubéssemos que moram na gente poderíamos dizer que são de galáxias distantes, tamanha disparidade entre eles. O mais difícil nisso tudo é que nós, enquanto síndicos desse condomínio onde habitam, é que precisamos manter a política da boa vizinhança, mas quem disse que sempre dá certo? Ora achamos pertinentes as colocações do velho, outrora achamos de uma chatice sem tamanho e queremos dar vez às ideias da menina.


Há dias em que estamos movidos pelo impulso e outros pelo raciocínio. Em nosso cérebro esse conflito de escolher o melhor nos tira o sono, a árdua batalha entre  o racional e o emocional - indispensáveis constituintes do nosso eu- gera uma quase inevitável confusão. Diante de Razão e Emoção somos como relógios de pêndulo oscilando entre um e outro. É preciso tomar certo cuidado com os desvios do tal pêndulo, há momentos em que o estilo racional é mais cabível que o emotivo e vice e versa; a grande questão é: Quando devemos ser racionais e quando precisamos ser emotivos? A resposta para este questionamento não encontraremos nas letras de músicas ou versos de um poema de Drummond muito menos aqui. Somos os responsáveis por colocar na balança aquilo que vivemos. O bater do martelo é estritamente individual, entretanto, o que vai resvalar dessa decisão pode afetar muita gente. Cuidado.


Para finalizar não há uma receita mágica para seguir a lógica ou a vontade; necessário mesmo é avaliar o quanto nos fará bem ou mal tal escolha. Obviamente diversas vezes sentiremos "Podia ter feito diferente", mas no fundo não podíamos não! Escolhemos de acordo com para o que estamos preparamos naquele momento. Independente de deixar se levar pela coração ou pelo cálculo de variáveis faça com que sua escolha seja intensa, verdadeira e a aproveite para aprender lições e evoluir enquanto ser em constante reforma íntima!

PS. Esses dois são de gerações diferentes, mas no fundo no fundo se amam!


BC.